We've Been Given a "Time-Out" to Think (FOMOS COLOCADOS NO “CANTINHO” PARA PENSAR)

[caption id="attachment_170861" align="aligncenter" width="800"] Image: By Donnie Ray Jones (2016), Flickr.com, CC BY 2.0[/caption]

Flávia Ghelardi writes from Brazil in English and Portuguese. Jump to the Portuguese version of this post.

Most parents know the pedagogical technique of putting their child in “time-out" when the child has misbehaved. Take her from the place where the bad behavior is occurring and take her to another place (a stair step from your house) so that she can spend some time “thinking” about what she did wrong. Usually the time is counted in minutes, according to the child's age. This technique has been shown to be efficient (at least it is my experience when I had small children), as the child comes to understand that certain ways of acting may result in going to "time-out."

The part that is probably not very effective is that the child should think about the wrong attitude she was doing. I really do not believe that my children kept thinking that their behavior was not correct, mainly because they were very young. But as the result was achieved, I never gave much importance to this part of the technique.

Now, however, with this mandatory quarantine that the whole world is going through, I wondered if God, as a good Father, didn't think it was time to put each one of us in "time-out” to think about our attitudes, to reflect how we are preparing for our encounter with Him, our future life in eternity.

The “naughty step” is our own home, our family. We are all confined at home, with a time that we never imagined we had, many are anxious, others are bored, others are overly busy with domestic and home office issues, but is this time really "efficient"? Are we taking the opportunity to think about the “for what” of all this?

We know that “all things work for good for those who love God” (Romans 8:28) and that Divine Providence leads everything so that each human being may, one day, enjoy eternal joy in Heaven. God never wants evil, but He sometimes permit it, so He can take a greater good out of it. I believe that this is our current situation. God is speaking “loudly,” as if shouting to the world (and each one of us) to wake up and reflect which way it is going.

I suggest here that we make a serious reflection on our life, the path we are following. Is our goal Heaven? Are we more concerned with our physical well-being than with our spiritual well-being? Do I relate to God as a loving father, who wishes me well and who one day wants to see me with Him in Paradise? Do I at least talk to him every day through personal prayer?

[tweet "Are we more concerned with our physical well-being than with our spiritual well-being?"]

Another reflection we need to make is about our sacramental life. The vast majority of us are deprived of receiving the sacraments, especially those who help us on our spiritual journey, Confession and the Eucharist. Hence the question: did I make good use of the opportunities to receive the Holy Eucharist? Did I always receive it with due respect and love? Did I confess regularly or just once a year as requested by the Holy Church? How did I make my confessions? Did I have repentance and a firm purpose of no longer sinning?

We need to take this time very seriously. The saying goes that “the worst blind person is the one who doesn't want to see.” We cannot waste our time, which is one of the most precious assets we have. We are still enjoying the time of God's mercy, but we know that the day of justice will come. Let us give the answer that our Father expects of us: to set our course, to make the necessary life changes, so that we may love God and our neighbor more and better each day.

FOMOS COLOCADOS NO “CANTINHO” PARA PENSAR

A maioria dos pais conhece a técnica pedagógica de colocar o filho em um “cantinho”, quando a criança apresenta algum comportamento errado. Tirar do local onde o mau comportamento está ocorrendo e levá-lo a outro lugar para que fique por um tempo “pensando” no que fez de errado. Geralmente o tempo nesse “cantinho” é contado em minutos, de acordo com a idade da criança. Essa técnica tem se mostrado eficiente (pelo menos é a minha experiência quando tinha os filhos pequenos), pois a criança passa a entender que determinadas formas de agir podem ter como consequência a ida para o “cantinho”.

A parte que provavelmente não é muito eficaz é a de que a criança deva pensar na atitude errada que estava fazendo. Eu realmente não acredito que meus filhos ficavam pensando no que o comportamento deles não estava correto, principalmente por serem muito novos. Mas como o resultado era atingido, nunca dei muita importância para essa parte da técnica.

Agora, porém, com essa quarentena obrigatória que o mundo inteiro está passando, fiquei pensando se Deus, como um bom Pai, não achou que era hora de colocar cada um de nós no “cantinho” para pensarmos em nossas atitudes, para refletirmos como estamos preparando nosso encontro com Ele, nossa vida futura na eternidade.

O “cantinho” é o nosso próprio lar, a nossa família. Estamos todos confinados em casa, com um tempo que jamais imaginamos que possuíamos, muitos estão ansiosos, outros entediados, outros super atarefados com as questões domésticas e também do teletrabalho, mas será que esse tempo no “cantinho” está realmente sendo eficiente? Será que estamos aproveitando para pensar no “para que” de tudo isso?

Sabemos que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28) e que a Divina Providência tudo conduz para que cada ser humano possa, um dia, gozar da alegria eterna no Céu. Deus nunca quer o mal, mas muitas vezes o permite para tirar um bem maior. Acredito que essa é a nossa situação atual. Deus está falando “alto”, como que bradando para o mundo (e cada um de nós) acordar e refletir que caminho está seguindo.

Proponho aqui que façamos uma séria reflexão sobre a nossa vida, o caminho que estamos trilhando. Será que nossa meta é o Céu? Será que estamos mais preocupados com nosso bem estar físico do que com o nosso bem estar espiritual? Será que me relaciono com Deus como a um pai amoroso, que deseja o meu bem e que um dia quer me ver com Ele no Paraíso? Eu pelo menos converso com ele todo dia através de uma oração pessoal?

Outra reflexão que precisamos fazer é sobre nossa vida sacramental. A grande maioria de nós está privada da recepção dos sacramentos, especialmente aqueles que nos ajudam em nossa caminhada espiritual, a Confissão e a Eucaristia. Daí a pergunta: será que eu aproveitei bem as oportunidades de receber a Santa Eucaristia? Será que sempre a recebi com o devido respeito e amor? Confessei-me regularmente ou só uma vez ao ano como pede a Santa Igreja? Como fazia minhas confissões? Tinha arrependimento e o firme propósito de não mais pecar?

Precisamos levar esse tempo muito a sério. Já diz o ditado que “o pior cego é aquele que não quer ver”. Não podemos desperdiçar nosso tempo, que é um dos bens mais preciosos que possuímos. Ainda estamos gozando do tempo da misericórdia de Deus, mas sabemos que um dia virá o tempo da justiça. Vamos dar a resposta que o nosso Pai espera de nós: acertar nosso rumo, fazer as mudanças de vida necessárias, para que possamos a cada dia amar mais e melhor a Deus e a nosso próximo.

Copyright 2020 Flávia Ghelardi