"É POSSÍVEL UMA MÃE MEDITAR? (Is it possible for a mom to meditate?)" by Flavia Ghelardi (CatholicMom.com) Photo by Mirka via photopin (license)

Flávia Ghelardi writes from Brazil in English and Portuguese. Jump to the English version of this post.

Vivemos num mundo muito agitado, com muitas coisas pedindo nossa atenção: marido, filhos, casa, talvez ainda o trabalho fora e os compromissos com o apostolado. Assim, não devemos estranhar que surja em nós um desejo por paz e tranquilidade. Mas será que isso é possível na vida de uma mãe muito ocupada?

Precisamos de um tempo para nos encontrar conosco mesmas e nos confrontar com aquilo que dá o sentido verdadeiro a nossa existência e que nos conduzam a um contato mais profundo com Deus. E é aqui que entra a prática da meditação.

A meditação, nos moldes ensinados pelo Pe. Kentenich, fundador do Movimento Apostólico de Schoenstatt, a chamada “meditação da vida diária”, vem responder a esse anseio e essa necessidade. Sua preocupação constante era conduzir o ser humano atual até um encontro com o Deus vivo através das criaturas e das circunstâncias concretas que o rodeiam.

Precisamos cultivar nossa vida interior, nossa dimensão sobrenatural, pois não devemos cuidar apenas do nosso corpo e da nossa mente, mas nosso espírito também precisa ser devidamente nutrido, caso contrário, corremos o risco de perder a vitalidade da nossa fé. A fé só se mantem e se alimenta através do contato íntimo e pessoal com o Senhor.

Pe. Kentenich ensina um método de meditação especialmente apto para as pessoas que estão chamadas a encontrar a Deus no meio do mundo, através das criaturas, e nós, mães, estamos incluídas neste grupo. Ou seja, um método para quem não pode nem deve abandonar as realidades desse mundo: sua família, seu cônjuge, seus filhos, seus negócios e tudo o que isso implica, para se retirar e contemplar a Deus na solidão.

Esse tipo de meditação não é um aprofundamento intelectual das verdades da fé, mas sim encontrar com Deus na nossa vida, perceber onde e como ele se comunica conosco em nosso dia a dia. Ao percebemos o quanto Deus se esforça para se fazer presente na nossa vida, o quanto ele cuida, com muito amor de cada uma de nós, nosso amor por ele cresce e dá frutos. Assim, o objetivo da meditação não é conhecer mais, mas AMAR mais.

O primeiro passo para colocar a meditação na prática é decidir que meditar é importante, e dedicar alguns minutos do dia para isso. Pode ser, no início de 10 a 15 minutos. Podemos começar fazendo uma vez por semana, e depois, gradativamente, aumentando a frequência.

Escolhemos um lugar adequado, onde não seremos interrompidos. Sei que isso pode ser especialmente difícil se temos crianças muito pequenas em casa, mas usando a criatividade e quem sabe até a ajuda de nosso esposo, conseguiremos encontrar um momento e um local apropriado. É bom ter um caderno pessoal para anotar as inspirações que a meditação pode trazer. De preferência, com alguma cruz ou imagem que nos remeta à realidade sobrenatural. Fechar um pouco os olhos, respirar calmamente e nos colocar na presença de Deus, então fazemos uma oração implorando as luzes do Espírito Santo.

Em seguida, escolher sobre o que se vai meditar. Se ainda somos iniciantes nessa prática, é mais fácil escolher um passagem bíblica ou um trecho de uma oração. Depois, com a prática, pode ser um acontecimento da vida (uma situação concreta de nossa vida), que é efetivamente a meditação da vida diária proposta pelo Pe. Kentenich.

Não é necessário que em cada meditação escolhamos um tema diferente, podemos por várias vezes meditar sobre a mesma coisa, pois encontramos algo que captou nosso coração, que nos une a Deus de forma especial. O objetivo é precisamente este: repousar no amor de Deus, crescer nesse amor, expressar nossa entrega, nossa disposição de segui-lo ou nossa vontade de abraçar a cruz que nos presenteia.

O Pe. Kentenich propõe três perguntas que constituem uma excelente ajuda para desenvolver esse encontro com o Senhor:

  1. O que Deus quer me dizer com isso? (através desse texto ou desse fato ou circunstância)
  2. O que digo a mim mesmo?
  3. O que respondo a Deus?

A pergunta mais importante é esta última. É nela que entramos na oração meditativa. Quando falamos de resposta, não significa uma ação ou propósito, mas de uma resposta “de amor”, uma resposta do coração, falando pessoalmente com o Senhor. Expressamos nosso amor de gratidão, de arrependimento, de pedido. Terminamos a meditação com uma oração de ação de graças. É conveniente anotar no caderno pessoal sobre o que meditamos e o que foi mais importante para nós na meditação.

Além de agradecer ao Senhor e a Nossa Senhora pela meditação (ou pedir perdão se não a realizamos bem), as vezes podemos concluir com alguma intenção ou propósito que venha ao encontro do que meditamos. Assim, pouco a pouco, com a dedicação de alguns momentos por dia para meditar, vamos aumentando nosso amor e nossa vinculação ao nosso Pai do Céu que nos ama com amor infinito.

Is it possible for a mom to meditate?

We live in a busy world, with many things demanding our attention: husband, children, house, maybe even work outside and an apostolic agenda. So we shouldn't be surprised that we feel a desire for peace and tranquility. Is that possible in the life of a busy mom?

We need a time to get to know ourselves and confront with what gives meaning to our existence and leads us to deeper contact with God. And it is here that the practice of meditation can help.

The meditation, as taught by Fr. Kentenich, the founder of Schoenstatt Apostolic Movement, is called “daily life meditation,” and answers this longing and this need. He was always concerned about leading people to an encounter with the living God through the creatures and concrete circumstances that surround them.

[Tweet "Cultivate your inner life with daily life meditation."]

We need to cultivate our inner life, our supernatural dimension, because we shouldn't take care only of our bodies and our minds; our spirits also need to be properly nurtured. Otherwise, we risk losing the vitality of our faith. The only way to keep and feed our faith is through intimate and personal contact with the Lord.

Fr. Kentenich teaches a method of meditation especially apt for people who are called to meet God in the middle of the world, through creatures, and we moms, are part of this group. In other words, a method for those who can not and should not abandon the world's realities: your family, your spouse, your children, your business and all that this implies, to withdraw and contemplate God in solitude.

This kind of meditation isn't an intellectual deepening of the truths of the Faith, but it is a meeting with God in our life, to realize where and how he communicates with you in your daily life. When we realize how much God put efforts to make himself present in our live, how much he takes care, with a lot of love, of each one of us, our love for him grows and bear fruits. This way, the goal of meditation isn't to know more, but to LOVE more.

The first step in practicing meditation is to decide that to meditate is important and dedicate a few minutes of your day to do that. It can be, in the beginning, as little as 10 to 15 minutes. You can start doing it once a week, and then, little by little, increasing the frequency.

Choose a proper place where you won't be interrupted. I know this can be especially difficult if you have little kids in the home, but using your creativity and maybe even the help of your husband, you can find a proper moment and place. It's good to have a personal notebook or journal to write the inspirations that the meditation can bring. Preferably, look at a cross or image that refer you to the supernatural reality. Close your eyes for a moment breathe calmly and put yourself in God's presence. Then begin a prayer asking for illumination from the Holy Spirit.

Then you choose the subject of the meditation. When you are a beginner in this practice, it's easier to choose a passage from the Bible or a part of a prayer. Later, when you get used to it, it can be an event from your life (a concrete situation of your life), that is actually the daily life meditation that Fr. Kentenich proposes.

You don't need to choose a different topic each time; you can meditate several times about the same thing, because you found something that captured your heart, that unites you with God in a special way. The goal is precisely this: to rest in God's love, to grow in this love, to express your surrender, your willing to follow him or your will to embrace the Cross he gives you.

Fr. Kentenich proposes three questions that is are helpful as you begin to develop this encounter with the Lord:

  1. What does God want to tell me with this? (through this text, this event or this circumstance)
  2. What do I tell myself?
  3. How do I answer God?

This last question is the most important. You enter into the meditation prayer with it. When we talk about an answer to God, it doesn't mean an action or purpose, but it means an answer “of love,” an answer from the heart, speaking directly to the Lord. You express your love of gratitude, of regret, of request. You end the meditation with a brief prayer of thanksgiving. You can write in your journal what you meditated about and what was the most important thing to you.

Besides thanking the Lord and Our Lady for the meditation (or ask for forgiveness if you didn't do it well), sometimes you can end with some purpose that follows from what you've meditated. This way, little by little, with just a few minutes to meditate each day, you will increase your love and your bond with our Heavenly Father who loves you with an infinite love.

Copyright 2016 Flávia Ghelardi