My Call to Write (Meu chamado a escrever)

Flávia Ghelardi reminisces about hearing and following God's call to write.

Flávia Ghelardi writes from Brazil in English and Portuguese. Vá para a versão em português.

I recently attended an event for Catholic Mom contributors. Claire Dwyer gave an inspiring presentation on writing our mission as writers. For the first time, I realized that I have been called to write and that I therefore have a mission to fulfill as a writer.  

I'd like to share my testimony with you not because it's so inspiring, but mainly because it shows how inattentive I've been over the years and didn't realize God was practically shouting in my ears that He was calling me to write, to be His little instrument in evangelization. Perhaps you too are a little inattentive and don't perceive a call from God for your life.

The beginning 

Ever since I learned to read, I spent many hours of my day with books. I preferred books to any other toy. I was always good at writing at school and even wrote a book in 4th grade, after a challenge from my teacher. I also sent short articles to the children's section of a newspaper in the town where my grandparents lived. I was the "correspondent from another state" and even had a "child reporter" card. 

Development 

When I was young, I used to send very sporadic articles to a Catholic magazine, usually about the faith or Catholic doctrine, things I had learned and liked to share.  

In 2012, I was part of an apostolate where a group of couples gave monthly talks in a parish, always on topics related to the family. Since I was good at writing, I was asked to prepare written material with the themes of these talks, so that we could give it to the participating families. 

The turning point 

I had already started this work when I discovered lymphoma in 2013. As you can imagine, I stopped everything to focus on treatment. At that time, I was able to read a lot, because I was in bed a lot, and it was then that I bought the book The Handbook for Catholic Moms by Lisa Hendey, which I found in Portuguese in the Schoenstatt Shrine shop. When I read the book, I realized that there might have been a small error in the translation and, unpretentiously, I sent Lisa an email informing her of what had happened. I never imagined that she would reply! Since then, we've been communicating frequently. 

At the end of that year, the situation worsened, and the doctors told me that a bone-marrow transplant would be necessary to save me. It was then that my husband, afraid of becoming a widower with three young children (they were 12, 8 and 7 at the time), asked me to write down everything I knew about family and raising children, so that if God took me, he would at least have something in writing to help him. 

That's how my book Strengthening Your Family was born. It sat on my computer for a while until Lisa encouraged me to publish it. It was she who gave me the idea of starting a blog, to get out of anonymity. And to my surprise, a while later she invited me to write for CatholicMom!  

This invitation was very important to me, because in the years that followed the transplant, there were many complications and hospitalizations, and the fact that I had a monthly deadline to submit the article gave me the strength to continue, after all, I couldn't die before submitting my article. ... And from month to month, I recovered. 

I'm a writer! 

Even though I've been writing for most of my life and have published a book that has sold around 2,000 copies, I still didn't see myself as a writer. It wasn't until 2022, when I attended the Catholic Writers Guild Online Conference, an invitation I received from dear Allison Gingras and with the help of Barb Szyszkiewicz, that I finally understood: I am a writer!  

A philosophical principle of Schoenstatt is "ordo essendi est ordo agendi;" in other words, the order of being determines the order of acting. What I am must lead me to act as I am. If I'm a writer, I must act like a writer. ...  

The call 

However, I still hadn't fully understood what God was saying to me when I discovered that I really was a writer. And that light only came when I heard Claire Dwyer's presentation: I am a Catholic writer called to share the wonders of having been saved by Our Lord and of being a daughter of Mary Most Holy!  

I haven't written my mission yet, so I can be clearer about the "how" of doing this. But having seen it is a transforming experience. I encourage everyone reading this to take some time to meditate on your life and try to see, with the help of the Holy Spirit and your guardian angel, the call or calls that our Father may have made and be able to respond like Samuel:

“Speak, for your servant is listening.” (1 Samuel 3:10) 

Meu chamado a escrever 

Recentemente participei do CM Contributor Event e a Claire Dwyer fez uma apresentação sobre escrever a nossa missão como escritoras. Essa apresentação foi muito inspiradora e pela primeira vez entendi que fui chamada a escrever e que por isso, tenho uma missão a cumprir como escritora.  

Gostaria de compartilhar meu testemunho com vocês não porque seja muito inspirador, mas principalmente por demonstrar o quão desatenta eu fui ao longo dos anos e não percebi Deus praticamente gritando nos meus ouvidos que Ele estava me chamando para escrever, para ser seu pequeno instrumento na evangelização. Talvez você também possa estar um pouco desatenta e não esteja percebendo um chamado de Deus para a sua vida... 

O começo 

Desde que aprendi a ler, passava muitas horas do meu dia com os livros. Preferia livros a qualquer outro brinquedo. Sempre fui boa em redação na escola e cheguei até a escrever um livro na 4ª série, depois de um desafio lançado pela professora. Também enviava pequenos artigos para a sessão infantil de um jornal da cidade onde meus avós moravam. Eu era a “correspondente de outro estado” e tinha até carteirinha de “repórter mirim”. 

O desenvolvimento 

Na juventude, enviava artigos bem esporádicos para uma revista católica, normalmente assuntos sobre a fé ou doutrina católica, coisas que tinha aprendido e gostava de compartilhar.  

Em 2012, fazia parte de um apostolado onde um grupo de casais realizava palestras mensais em uma paróquia, sempre com temas relacionados à família. Então, como eu tinha facilidade para escrever, me pediram que preparasse um material por escrito com os temas dessas palestras, para podermos entregar para as famílias participantes. 

A reviravolta 

Já havia iniciado esse trabalho quando descobri um linfoma em 2013. Como podem imaginar, parei com tudo para focar no tratamento. Nessa época pude ler bastante, pois ficava muito tempo de cama e foi então que comprei o livro “Manual para a Mãe Católica”, da Lisa Hendey, que encontrei em português na lojinha do Santuário de Schoenstatt. Ao ler o livro, percebi o que poderia ser um pequeno erro na tradução e, despretensiosamente enviei um e-mail para a Lisa, informando sobre o ocorrido. Jamais imaginei que ela me responderia! Desde então, passamos a nos comunicar com frequência. 

No final daquele ano a situação piorou e os médicos avisaram que seria necessário um transplante de medula óssea para me salvar. Foi então que meu marido, com receio de ficar viúvo com três filhos pequenos (na época eles tinham 12, 8 e 7 anos), me pediu para escrever tudo o que eu sabia sobre família e educação dos filhos, para que se Deus me levasse, ele pelo menos teria algo por escrito para conseguir ajudá-lo. 

Assim nasceu o meu livro “Fortalecendo sua Família”, que ficou um tempo no meu computador até a Lisa me estimular a publicá-lo. Foi ela quem me deu a ideia de começar com um blog, para sair do anonimato. E para a minha surpresa, um tempo depois, me convidou a escrever para o CatholicMom!  

Esse convite foi muito importante para mim, pois nos anos que se seguiram do transplante, foram muitas intercorrências e internações e o fato de eu ter um prazo mensal para enviar o artigo, me dava forças para continuar, afinal não podia “morrer” antes de enviar meu artigo... E de mês em mês, fui me recuperando. 

Sou escritora! 

Mesmo tendo escrito grande parte da minha vida e tendo publicado um livro que vendeu cerca de 2mil exemplares, ainda não me enxergava como escritora. Foi somente em 2022, quando participei do Catholic Writers Guild Conference, um convite que recebi da querida Alisson Gingras e com a ajuda da Barb Szyszkiewicz que finalmente entendi: sou uma escritora!  

Um princípio filosófico de Schoenstatt diz “ordo essendi est ordo agendi”, ou seja, a ordem do ser determina a ordem do agir. Aquilo que sou deve me levar a agir como sou. Se sou escritora, devo agir como escritora...  

O chamado 

Porém, ainda não tinha entendido direito o que Deus estava falando para mim quando descobri que era realmente uma escritora. E essa luz só veio quando ouvi a apresentação da Claire Dwyer: sou uma escritora católica chamada a compartilhar as maravilhas de ter sido salva por Nosso Senhor e de ser filha de Maria Santíssima!  

Ainda não escrevi minha missão, para ter mais claro o “como” fazer isso. Mas ter enxergado é uma experiência transformadora. Eu encorajo a todos que estão lendo que parem um tempo para meditar sua vida e tentar enxergar, com o auxílio do Espírito Santo e de seu anjo da guarda, o chamado ou os chamados que nosso Pai possa ter feito e poder responder como Samuel:

“Fala, Senhor, que teu servo escuta!” (1Sam 3,10)  

Copyright 2024 Flávia Ghelardi
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