You Are Your Story (Você é a sua história)

Flávia Ghelardi contemplates how, no matter how we tell our individual stories, we all share the same purpose in the end.

Flávia Ghelardi writes from Brazil in English and Portuguese. Vá para a versão em português.

"Who are you?"

Usually when we hear that question, we answer with our first and last name. "I am Flávia Ghelardi." Our name reveals our identity, the way we are known and identified in our society. And the last name links us to a family, to a descent. Sometimes, just saying our name is not enough for a person to understand who we are, so we add our profession, or our affiliation, or our condition of being someone's father or mother, or friend, or relative, or being part of some community. In short, we say something that is part of our history.

So, to the question "Who are you?" there is a whole range of possible answers beyond our name, and all these answers are part of who we are. Each of us was born on a particular day, in a particular family, in a particular city, in a country that has a language that is what we learned to communicate in. We were born at a certain time in human history and throughout our existence we have made some choices and suffered the consequences of other people's choices to be who we are today.

This way, if each of us can be defined as our story, what is the story you want to tell? The story of our life had a beginning, is in its development and one day will have an end. It is not a finished story, nor does it have a definite ending. Each one of us has the freedom to write this story the way we think best. And those who do not assume the protagonism of their own story end up being taken by the stories of others, and at the end of their lives realize that they "were lived," but in fact have not "lived."

It is very easy to get carried away by routine, by events, and simply react as things happen. To know what story you are living, to have a plan, an ideal, a mission, requires effort and dedication. It requires making choices that are not always easy. It requires fidelity and an eternal new beginning. But everything that really has value costs effort, and living without meaning is a very frustrating experience.

Human beings, unlike animals, do not feel fulfilled only with the satisfaction of instincts, as is the case with animals. Eating, drinking, having fun, having sex, finishing a project, all this is very good, but it does not fulfill, it does not bring happiness. As St. Augustine said, "my heart is restless until it rests in You."

We need to learn how to tell our story. And the first step is to know that there is Someone who is the Lord of the story, and who put us in this world so that we live with a goal, a clear purpose: one day to be with Him in Paradise. Knowing where we want to go makes it easier to choose the path to follow.

To reach this end, there are several paths we can choose to follow, several narratives or ways to tell our story. Each of us needs to reflect and see which path we identify with more, for which of them we have more aptitude. For example, there is the narrative of the one who seeks to faithfully fulfill his duty, who wishes to obtain the material means to support himself and his family. He knows the objective value of things, sees reality, and wants to have prosperity. He feels most fulfilled when he puts his gifts and talents at the service of others. Businessmen, service providers, and liberal professionals tend to choose this kind of narrative.

Another narrative might be of one who has a longing for more subjective things, such as being noble, loyal, just, honorable. His day-to-day struggle is to live up to these virtues, to serve not only his family, but the whole community. This kind of narrative is usually chosen by military, firemen and policemen. Here the vocation to politics would also come in, but true politics, the one who enters public service really to do good for the community and not think of himself.

Another way of telling our story is those who have a longing to search for the Truth, to understand things, and have the desire to share what they have learned with other people. They enjoy study, have an intellectual vocation, and are always in search of what is true, beautiful and good. Priests, teachers, and philosophers usually choose this kind of narrative.

There is no better or worse narrative, each one has the calling to follow a path. The important thing is to know which path and to be faithful to it. The narratives that make sense and bring a certain sense of fulfillment are those that seek to live life beyond oneself, beyond the pursuit of pleasure and the escape from pain, which is typical of animals.

Those who know what kind of story they are telling, at the end of each day are able to know if what they have done, or what they have failed to do, is in accordance with their story, if they are being faithful to the path they have chosen to follow. Knowing what story you are telling helps when making choices and decisions. And at the end of life, whenever that may be, you will be able to give an account of what you have done with the talents you have received to the Righteous Judge.

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The Lord of the story put us in this world so that we live with a goal, a clear purpose: one day to be with Him in Paradise. #CatholicMom

Você é a sua história

“Quem é você?”

Normalmente quando ouvimos essa pergunta, respondemos com nosso nome e sobrenome. “Eu sou a Flávia Ghelardi”. O nosso nome revela a nossa identidade, a forma como somos conhecidos e identificados em nossa sociedade. E o sobrenome nos vincula a uma família, a uma descendência. Algumas vezes, dizer só nosso nome não é o suficiente para a pessoa entender quem somos, então acrescentamos nossa profissão, ou nossa filiação, ou nossa condição de ser pai ou mãe de alguém, ou amigo, ou parente, ou fazer parte de alguma comunidade, enfim, falamos algo que faz parte da nossa história.

Assim, para a pergunta “quem é você?” há todo um leque de possibilidades de respostas além do nosso nome e todas essas respostas fazem parte de quem nós somos. Cada um de nós nasceu em um determinado dia, em uma família específica, em uma cidade determinada, em um país que tem uma língua que foi a que aprendemos para nos comunicar. Nascemos em uma determinada época da história da humanidade e ao longo de nossa existência fizemos algumas escolhas e sofremos as consequências das escolhas de outras pessoas para sermos quem somos hoje.

Desta forma, se cada um de nós pode ser definido como a sua história, qual é a história que você quer contar? A história da nossa vida teve um começo, está em seu desenvolvimento e um dia terá um fim. Não é uma história pronta e acabada e muito menos já tem um desfecho definido. Cada um de nós tem a liberdade para escrever essa história da forma que achar melhor. E quem não assume o protagonismo da própria história, acaba sendo levado pelas histórias dos outros e ao fim da sua vida percebe que “foi vivido”, mas efetivamente não “viveu”.

É muito fácil se deixar levar pela rotina, pelos acontecimentos e simplesmente ir reagindo conforme as coisas vão acontecendo. Saber qual história se está vivendo, ter um plano, um ideal, uma missão requer esforço e dedicação. Exige fazer escolhas nem sempre fáceis. Precisa de fidelidade e de um eterno recomeçar. Mas tudo aquilo que realmente tem valor, custa um esforço e viver sem ter um sentido é uma experiência muito frustrante.

O ser humano, diferente dos animais, não se sente realizado apenas com a satisfação dos instintos, como é o caso dos animais. Comer, beber, se divertir, ter relações sexuais, terminar um projeto, tudo isso é muito bom, mas não preenche, não traz felicidade. Como disse Sto. Agostinho “meu coração está inquieto enquanto não repousa em Ti”.

Precisamos aprender a contar nossa história. E o primeiro passo é saber que existe Alguém que é o Senhor da história, e que nos colocou nesse mundo para que vivamos com um objetivo, um propósito claro: um dia estar com Ele no Paraíso. Saber onde queremos chegar facilita a escolha do caminho a seguir.

Para chegar a esse fim, existem vários caminhos que podemos escolher seguir, várias narrativas ou maneiras de contar nossa história. Cada um precisa refletir e ver qual caminho se identifica mais, para qual deles possui mais aptidão. Por exemplo, existe a narrativa daquele que busca cumprir fielmente o seu dever, que deseja obter os meios materiais para seu sustento e o sustento da sua família. Ele sabe o valor objetivo das coisas, enxerga a realidade e quer ter prosperidade. Sente-se mais realizado quando coloca seus dons e talentos a serviço dos outros. Os comerciantes, os prestadores de serviços e profissionais liberais tendem a escolher esse tipo de narrativa.

Outra narrativa pode ser daquele que tem um anseio para coisas mais subjetivas, como ser nobre, leal, justo, honrado. A sua luta no dia a dia é para viver de acordo com essas virtudes, para servir não só a sua família, mas toda a comunidade. Esse tipo de narrativa é normalmente escolhida por militares, bombeiros e policiais. Aqui entraria também a vocação a política, mas a verdadeira política, aquele que entra no serviço público realmente para fazer o bem para a comunidade e não pensa em si mesmo.

Mais uma forma de narrar nossa história é daqueles que tem um anseio pela busca da Verdade, por entender as coisas e tem o desejo de partilhar o que aprenderam com outras pessoas. Gostam do estudo, tem vocação intelectual e estão sempre em busca do que é verdadeiro, belo e bom. Os sacerdotes, professores, filósofos normalmente escolhem esse tipo de narrativa.

Não há narrativa melhor ou pior, cada um tem o chamado para seguir um caminho. O importante é saber qual o caminho e ser fiel a ele. As narrativas que fazem sentido e que trazem uma certa sensação de realização são aquelas que buscam viver a vida para além de si mesmo, para além da busca do prazer e da fuga da dor, que é típica dos animais.

Quem sabe qual tipo de história está narrando, ao final de cada dia consegue saber se o que fez ou o que deixou de fazer, está de acordo com sua história, se está sendo fiel ao caminho que escolheu seguir. Saber que história está contanto ajuda no momento de fazer escolhas e tomar decisões. E, no final da vida, seja ele quando for, poderá prestar contas do que fez com os talentos recebidos para o Justo Juiz.

Copyright 2023 Flávia Ghelardi
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