Your Good Deeds Can Cause Aridity in Your Soul (Suas Boas Obras Podem Causar Aridez em Sua Alma)

Flávia Ghelardi discusses the importance of supporting our good works by turning to the inner life to regain spiritual strength.

Flávia Ghelardi writes from Brazil in English and Portuguese. Vá para a versão em português.

Every baptized person is called to be an apostle, to be a herald of the Kingdom of God, and every Christian should practice good works, especially the works of mercy, both spiritual and corporal (CCC 2477). However, we need to be careful that these actions for the Kingdom of God do not end up causing dryness in our soul and even a total departure from the faith.

When we look at the biblical passage about the woman suffering from a hemorrhage (Luke 8:43-48), we see how Jesus felt power come out of Him when the woman touched Him and was healed. Of course, He, being God, did not lose strength by producing this miracle, but it is different with us. As St. Peter Eymard teaches us, "when we give our efforts to works of zeal for our neighbor, we decrease our store of supernatural.” Thus, whenever we do something on behalf of our brothers or for the growth of the Kingdom of God, we lose part of our inner strength, and it is extremely necessary that we turn to the inner life to rest and regain our strength.

Even the normal acts of our daily life, to fulfill our duties, are sapping our spiritual reserves. Unless we frequently replenish, renew our inner life, this can be fatal to our faith. Even studying about God, reading the Holy Scriptures, can make your heart barren if the inner life is not cultivated. Knowledge is only an aid to holiness, but holiness, the cultivation of the inner life, sanctifies knowledge.

In another biblical passage, the one with the sisters Martha and Mary (Lk 10:38-42), Jesus reinforces the primary necessity of cultivating the spiritual life, the life of prayer, of stopping to listen to what He wants to speak to each of us. Without this, our work will be sterile and fruitless.

The greater the position and the responsibility for the lives of others, the greater will be the wear on their spiritual strength, because everyone seeks their help and advice. For this reason, it is necessary to pray more. The saints give us an excellent example of this, for they worked during the day and prayed at night.

The devil knows this aspect of human nature and uses his wiles to lead us to perdition. When he sees a zealous and generous soul, he urges it on and makes it so absorbed in external works that it is unable to look within, to cultivate its inner life. He presents her with countless opportunities to do apostolates, to work for the Kingdom of God, to care for the souls of others, until the moment comes when she becomes exhausted and ends up abandoning everything, including her faith. How many people do we know who fell into this trap? They were fervent apostles of Christ, participated in many pastorals, social actions, worked day and night in the Church, but suddenly they dropped everything!

So, we have to be very careful not to let this happen to us. The best way is to maintain an inner recollection, even in the midst of daily activities. We need "creative pauses," as Fr. Kentenich called those little moments in our day when we stop and turn to God, remembering that He is always with us. In these "pauses" we can make arrow prayers, saying: "Jesus I trust in you," or "My Mother, Mary Most Holy, take care of me," or simply "Jesus, I love you." The words are not important, but the attitude is: spending the day in contact with the supernatural world.

Having order in our life of piety, with specific times to do other prayers, such as morning prayer, night prayer, the holy Rosary, or meditation is an enormous help to cultivate our interior life and not let the seed of faith, which was planted in our Baptism, die. On the contrary, it will grow and bear much fruit. And what can strengthen our faith the most is to receive Jesus in the Holy Eucharist; He is the Bread of Life that feeds our soul. In this moment of greater intimacy with Our Lord, we must ask Him to live in us and allow us to live in Him.

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Maintain an inner recollection, even in the midst of daily activities. #catholicmom

Suas Boas Obras Podem Causar Aridez em Sua Alma

Todo batizado é chamado a ser apóstolo, a ser anunciador do Reino de Deus e todo cristão deve praticar boas obras, especialmente as obras de misericórdia, tanto as espirituais, como as corporais (CIC 2477). Porém, precisamos cuidar para que essas ações em prol do Reino de Deus não acabem causando aridez em nossa alma e até um afastamento total da fé.

Ao olharmos a passagem bíblica que conta sobre a mulher que padecia de um intenso fluxo de sangue (Lc 8,43-48), vemos como Jesus sentiu uma força sair dele quando a mulher o tocou e ficou curada. Claro que Ele, sendo Deus, não perdeu força ao produzir esse milagre, mas conosco é diferente. Conforme S. Pedro Eymard nos ensina: “quando damos nossos esforços para obras de zelo em favor do nosso próximo, nosso estoque de vida sobrenatural diminui”. Dessa forma, sempre que fazemos algo em favor dos nossos irmãos ou para o crescimento do Reino de Deus, perdemos parte de nossa força interior, sendo extremamente necessário que nos voltemos para a vida interior para descansar e recuperar nossas forças.

Até mesmos os atos normais do nosso dia a dia, para o cumprimento dos nossos deveres, vão minando nossas reservas espirituais. A menos que nós frequentemente nos reabasteçamos, renovemos nossa vida interior, isso pode ser fatal para a nossa fé. Mesmo o estudo sobre Deus, a leitura das Sagradas Escrituras, pode tornar seu coração árido se a vida interior não for cultivada. O conhecimento é apenas uma ajuda para a piedade, mas a piedade, o cultivo da vida interior, santifica o conhecimento.

Em outra passagem bíblica, aquela com as irmãs Marta e Maria (Lc 10,38-42), Jesus reforça a necessidade primordial do cultivo da vida espiritual, da vida de oração, de parar para ouvir o que Ele quer falar para cada um de nós. Sem isso, nosso trabalho será estéril e não produzirá frutos.

Quanto maior for o cargo e a responsabilidade pela vida dos outros, maior será o desgaste das suas forças espirituais, porque todos procuram sua ajuda e seus conselhos. Por essa razão, é necessário rezar mais. Os santos nos dão um excelente exemplo disso, pois eles trabalhavam durante o dia e rezavam durante a noite.

O demônio conhece esse aspecto da natureza humana e usa suas artimanhas para nos levar a perdição. Quando ele vê uma alma zelosa e generosa, faz com que ela fique absorvida nos trabalhos externos de uma forma que a impossibilite de olhar para dentro, de cultivar sua vida interior. Ele apresenta inúmeras oportunidades de ela fazer apostolado, trabalhar para o Reino de Deus, cuidar da alma dos outros, até que chega o momento que ela fica exausta e acaba abandonando tudo, inclusive a fé. Quantas pessoas conhecemos que caíram nessa armadilha? Eram fervorosos apóstolos de Cristo, participavam de muitas pastorais, ações sociais, trabalhavam dia e noite na Igreja, mas de uma hora para outra largaram tudo!

Assim, precisamos cuidar muito para não acontecer conosco. A melhor forma é manter um recolhimento interior, mesmo em meio às atividades diárias. Precisamos de “pausas criadoras”, como chamava o P. Kentenich esses pequenos momentos em nosso dia em que paramos e nos voltamos para Deus, lembrando que Ele está sempre conosco. Nessas “pausas” podemos fazer uma jaculatória, dizendo: “Jesus eu confio em vós”, ou “Minha Mãe, Maria Santíssima, cuida de mim”, ou simplesmente “Jesus eu te amo”. Não importam as palavras, mas sim a atitude: passar o dia em contato com o mundo sobrenatural.

Ter ordem em nossa vida de piedade, com momentos determinados para fazermos outras orações, como a oração da manhã, oração da noite, o santo terço, a meditação é uma enorme ajuda para cultivarmos nossa vida interior e não deixar a semente da fé, que foi plantada em nosso Batismo, morrer. Ao contrário, ela crescerá e dará muito fruto. E o que mais pode fortalecer a nossa fé é receber Jesus na Sagrada Eucaristia; Ele é o Pão da Vida que alimenta a nossa alma. Nesse momento de maior intimidade com Nosso Senhor devemos pedir que Ele viva em nós e permita que vivamos Nele.

Copyright 2022 Flávia Ghelardi
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